As vitaminas são micronutrientes essenciais ao funcionamento do organismo e em sua maioria são encontrados nos alimentos como vegetais, carnes e derivados do leite. O consumo inadequado, algumas doenças e alguns tipos de medicamentos impedem a absorção correta dos nutrientes dos alimentos e, nestas situações em específico, quando diagnosticada a deficiência, faz-se necessário a suplementação dirigida.
Há uma cultura popular de que o consumo de vitaminas está associado à saúde e longevidade e como estes compostos são de venda livre no Brasil, isso induz ao comportamento de automedicação em diferentes faixas etárias, da infância aos idosos, e o uso indiscriminado pode trazer danos. O intuito deste texto é desconstruir este pensamento de falsa saúde e consolidar o uso consciente de vitaminas, de forma individualizada conforme as carências pessoais e com prescrição sob supervisão médica ou de nutricionista.
Veja alguns exemplos de riscos relacionados ao excesso de algumas vitaminas:
– Vitamina D3 em excesso pode aumentar o nível de cálcio na corrente sanguínea e na tentativa de eliminar este excesso através da urina (hipercalciúria) isto pode aumentar a predisposição de formação de cálculos renais, deixar os “rins preguiçosos” (insuficiência renal) e também causar endurecimento das artérias. Alguns sintomas de intoxicação incluem náuseas, vômitos, fraqueza e desidratação
– Vitamina B6: intoxicações neurológicas desencadeando sintomas como formigamentos nas mãos e diminuição da audição
– Vitamina B5 em excesso propicia Diarreia
– Vitamina A excessiva aumenta o risco de fratura de quadril
– Vitamina E em excesso: aumento do risco de Acidente vascular hemorrágico
– Excesso de vitamina C e cálcio: aumento do risco de cálculo renal (pedra nos rins)
Lembre-se de que todos os medicamentos, vitaminas e suplementos que são usados continuamente devem ser de conhecimento do seu médico pois eventualmente alguma queixa de saúde pode estar relacionada a algum componente, em especial aos de automedicação.
Fonte: JAMA, 2022;327(23):2294-2295. doi:10.1001/jama.2022.9167. Multivitamins and Supplements—Benign Prevention or Potentially Harmful Distraction?